ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral se tornou réu pela 21ª na Lava Jato. A Justiça Federal do Rio aceitou nesta quarta-feira (31) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, em desdobramento das operações Calicute, Eficiência e Mascate, que tem o crime de lavagem de dinheiro como foco da investigação.

Além do ex-governador, outras seis pessoas também foram denunciadas pelo MPF:

 

  • Ary Ferreira da Costa Filho
  • Sérgio Castro de Oliveira
  • Gladys Silva Falci de Castro Oliveira
  • Sonia Ferreira Batista
  • Jaime Luiz Martons
  • João do Carmo Monteiro Martins.

 

De acordo com as investigações, Ary Filho era um dos operadores financeiros do esquema de corrupção chefiado por Sérgio Cabral. Sérgio Castro de Oliveira, conhecido como Serjão, foi assessor do ex-governador e atuava como operador financeiro.

A decisão é assinada pela juiza Carolina Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal, que tem como juiz titular Marcelo Bretas, que está de férias e é responsável pelos processos da Lava Jato no Rio.

Na nova denúncia, Cabral é apontado novamente como líder de uma organização criminosa com divisão de tarefas em quatro núcleos básicos:

 

  • núcleo econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas para a execução de obras do estado;
  • núcleo administrativo, formado por gestores públicos do Rio de Janeiro;
  • núcleo financeiro operacional, composto por responsáveis pelo recebimento e repasse de propina;
  • núcleo político, formado pelo próprio Sérgio Cabral.

De acordo com a denúncia, foram cometidos mais de 200 atos de lavagem de dinheiro pelos denunciados, sendo eles:

 

 

  • 165 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 165 oportunidades distintas, no período 10 de outubro de 2007 a 22 de agosto de 2014, de R$ 6.858.692,06 de contas em nome de empresas do Grupo Dirija para contas em nome da empresa Gralc Consultoria (LRG Agropecuária);
  • 39 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 39 oportunidades distintas, no período de 30 de dezembro de 2009 a 02 de maio de 2011, de R$ 1.074.582,50 de contas em nome de empresas do Grupo Dirija para contas em nome da empresa Falci Castro Advogados e Concultoria;
  • 8 atos de lavagem de dinheiro com a transferência, em 8 oportunidades distintas, no período de 30 de setembro de 2013 a 22 de agosto de 2014, de R$ 157.540,00 de contas em nome de empresas do Grupo Dirija para contas em nome da empresa SFB Apoio Administrativo;
  • Um ato de lavagem de dinheiro com a venda pela empresa Gran Barra Empreendiments e Participações S/A para Ary Filho, mantendo-se o mencionado bem em nome da empresa Gran Barra.
  • Essa é a segunda denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra Sérgio Cabral este ano. No dia 4 de janeiro, o ex-governador foi denunciado por corrupção passiva. A investigação apontou para supostos crimes de corrupção em pagamentos de propina da Construtora Oriente, por intermédio do coordenador Alex Sardinha e do diretor Geraldo André de Miranda Santos. Os dois também foram denunciados.

Fonte: G1 MT

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