Manifestantes fecham ruas no Centro de Cuiabá em protesto contra a reforma da previdência
Diversas categorias se reuniram na Praça Ipiranga, em Cuiabá, nesta sexta-feira (14), para manifestar contra a Reforma da Previdência. A greve geral, convocada para hoje, reuniu aproximadamente cinco mil pessoas, segundo a estimativa de Polícia Militar, que reforçou a segurança para o evento.
Um grupo de 45 professores veio de Araputanga, São José dos Quatro Marcos e Mirassol D’Oeste para participar da manifestação. Suzilei Barbosa da Silva, 46 anos, que integra a caravana, pontuou que "enquanto profissional da educação e mulher, sabemos que esta reforma vem para acabar com nossa aposentadoria. Temos jornada tripla e ter que trabalhar mais dez anos é uma afronta a nós todos".
Daiana Carolina da Silva, 34 anos, que trabalha como assistente social, também fez críticas às mudanças propostas. "Acredito que a classe ainda não está conhecendo a perda dos nossos direitos, o que está por trás desta nova previdência. Fora isto, tem o corte de ponto que o governo quer fazer dos funcionários. A reforma não é boa para o trabalhador. Apenas os bancos é que vão ganhar com a capitalização. É um desmonte do Estado. Quem não capitalizar, não terá o que receber mais tarde. Ela não favorece o trabalhador. No Chile, aumentou o número de suicídio por conta da perda de direitos".
O professor Tayrone Roger, 33 anos, falou sobre a participação dos jovens nas manifestações. "Acho que é uma disputa de narrativas. Tanto nas mídias quanto nos protestos. Tanto por nós, que somos de esquerda, como da direita. Precisamos ficar atentos às manipulações que existem. Estamos aqui lutando contra esta reforma. A juventude tem somado, apoiado este projeto político dos trabalhadores. É importante chamar as lideranças, outros sindicatos. A pauta é conjunta, de todos".
Cerca de mil motoristas de ônibus estão entre os que cruzaram os braços. Porém, determinação judicial garantiu o funcionamento de 90% da frota nos horários de picos.
Os bancários também participam do protesto, que foi convocado pela Central Única do Trabalhadores (CUT). Porém, as agências permaneceram abertas durante todo o dia.
PEC 06/2019
A Greve Geral tem como principal intuito protestar contra a Reforma da Previdência. Ela tramita na Câmara dos Deputados, e caso aprovada, além da obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, reduz o valor das aposentadorias. Para ter acesso ao benefício integral, os trabalhadores e trabalhadoras terão de contribuir por, pelo menos, 40 anos.
Já declararam adesão:
Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Baixada Cuiabana (SINTROBAC)
Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso (Adunemat)
Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat)
Servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema)
Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Sinetran-MT)
Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect)
Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep)
Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Baixada Cuiabana (Sintrobac-MT)