Graças a uma lei provada pela Câmara de Vereadores, a população sinopense tem, ainda mais, a garantia de acesso às informações sobre a hanseníase. A regulamentação que cria a semana municipal de combate e prevenção a hanseníase, foi aprovada e sancionada no ano passado.
 
Conforme a lei, o município, que poderá contar com apoio de entidades, deve realizar na última semana de janeiro, ações como campanhas educativas, palestras, distribuição de material explicativo sobre a doença, entre outras, além de garantir o atendimento aos pacientes. O objetivo, segundo a autora do projeto, vereadora Professora Graciele (PT), é proporcionar à população, orientações sobre a doença. 
 
“É importante que as pessoas saibam como se dá o processo de tratamento, os locais que ela pode procurar, como se dá o processo de cura dessa doença que acomete boa parte da população sinopense”, destacou. “Temos profissionais qualificados na rede municipal de saúde para realizar esse trabalho ao longo do ano, inclusive esses profissionais fazem o trabalho de informar a população, mas nada melhor que uma semana específica onde se concentrem as ações para que possa chegar um volume maior de informações e combater essa doença”, enfatizou. 
 
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos da doença, ficando atrás apenas da Índia. Segundo o Ministério da Saúde, nós últimos dez anos, mais de 300 mil casos foram diagnosticados no país, uma média de 30 mil novos casos por ano. Mato Grosso lidera a lista de notificações, seguido pelo Maranhão e Pará. 
Sinop também está no topo da lista de mais casos e é o líder no Estado em registros da doença. Desde o ano de 2000 o município vem monitorando os índices da hanseníase e, de 2016 pra cá, 3184 novos casos foram registrados, segundo o levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde. 
 
O coordenador do Centro de Referência em Hanseníase e Tuberculose de Sinop, Márcio Henrique de Souza, esses números são resultados dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos em Sinop. Ele explicou que o município está atento aos casos e por isso os registros são maiores que cidades como Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo. 
“Essas cidades são muito maiores que Sinop e, com certeza, devem ter mais casos que nós, porém os números são menores, pois a dificuldade em desenvolver ações, falta de profissionais, falta de investimento, entre outros problemas, contribuem para não identificação de casos”, acredita. 
 
O coordenador lembrou que as pessoas que apresentarem algum sintoma da doença devem procurar as unidades básicas de saúde (UBS) que estão oferecendo todos os tipos de atendimentos, exceto as que estão direcionadas ao diagnóstico e tratamento de covid ou sintomas de gripe. 
 
“As unidades estão qualificadas para orientar, acolher e até sensibilizadas no olhar da doença e identificação de casos novos. Quando há dúvida com relação ao caso específico de determinado paciente o fechamento do diagnóstico, essas unidades podem referenciar para o centro de referência”, detalhou lembrando o município oferece médicos especialistas para o diagnóstico da doença. 
 
Márcio Henrique orientou quanto aos sintomas da hanseníase e em casos de formigamento, dormência das regiões periféricas (mãos, pés, dedos) e nervos, redução ou perda da sensibilidade e da força motora, câimbras e manchas na pele (estágio mais avançado da doença), o paciente deve procurar uma UBS . Conforme Henrique, a hanseníase é uma doença silenciosa e que pode levar anos (5 a 7 anos) para se manifestar. Apesar de difícil diagnóstico, devido ao tempo de evolução, o coordenador assegurou que a hanseníase tem cura e o todo tratamento é oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Fonte: Câmara de Vereadores Sinop

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