O empresário Silas Caetano de Farias vai enfrentar o tribunal do júri no dia 30 de julho, às 13h30, acusado de ter mandado matar o sócio dele em uma loja de venda de veículos em Cuiabá.

O crime aconteceu, em 2 de fevereiro de 2009, em uma casa no Bairro Jardim Mariana. O júri será presidido pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, titular da Primeira Vara Criminal.

Informações contidas nos autos revelam que, a mando de Silas, dois indivíduos não identificados mataram Agnaldo de Oliveira Prado com diversos disparos de arma de fogo. O crime foi cometido na casa da ex-esposa da vítima, com quem mantinha um bom relacionamento.

No dia do crime, um homem não identificado bateu palmas na frente da casa, oportunidade em que o filho adolescente da vítima o atendeu.

O homem teria perguntado sobre a vítima e disse que queria comprar um veículo. O adolescente entrou na residência e ligou para o pai, que disse que já estava dentro da garagem de casa atendendo uma pessoa interessada na compra do carro.

Em seguida, o jovem foi até a garagem e viu o pai conversando com essa outra pessoa. Pouco depois, ouviu os disparos e quando correu para a frente da casa se deparou com o pai caído no chão.

Apesar de os dois executores do homicídio não terem sido identificados, foi apurado que o mandante do crime foi Silas, ex-sócio da vítima.

Conforme a acusação, o motivo do crime se deu em razão de a vítima ter conhecimento de que o denunciado teria participado dos homicídios que vitimaram três de seus próprios filhos e de ter revelado esses fatos ao único filho de Silas que sobreviveu, Jassan Thiago Rosa Jorge. O empresário já foi julgado por esses outros crimes.

Além disso, vale ressaltar que após o assassinato da vítima Agnaldo, Jassan também foi alvo de uma tentativa de homicídio, sendo que Silas foi denunciado por ter mandado executá-lo.

Homicídio dos filhos

Um dos filhos de Silas, Érico Pufal, teria sido morto supostamente a mando do pai como "queima de arquivo", já que teria testemunhado outros dois crimes do qual o empresário era suspeito, porém, já foi inocentado por um deles. Érico Pufal foi assassinado a tiros na frente de um restaurante localizado na Avenida Mato Grosso, no dia 12 de maio, por dois homens que estavam em uma motocicleta. Os autores teriam sido contratados pelo empresário para a execução da vítima. Érico foi atingido na cabeça e depois que caiu no chão levou mais quatro tiros nas costas.

O empresário passou a ser investigado pela morte de Érico e de outros dois filhos ilegítimos depois do atentado sofrido por Jassan, também filho do acusado, mas que não teria comprovado a paternidade, como alegou a defesa do empresário.

Ainda no hospital, ao se recuperar dos ferimentos causados pelos disparos de arma de fogo, Jassan contou à polícia, em 2009, como o crime tinha ocorrido e ainda acusou o réu de mandar matar os outros três filhos e o sócio.

Após essas denúncias e investigação, o empresário foi preso em 2011, apesar do mandado de prisão ter sido expedido em 2009. Isso depois de chamar a polícia denunciando que Jassan havia invadido uma chácara dele, no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. "Lá na Delegacia a polícia viu que havia um mandado de prisão em aberto contra ele [ Silas] desde 2009", contou Dirce Rosa, mãe de Jassan. O acusado ficou cinco meses preso na Penitenciária Central do Estado, antigo presídio do Pascoal Ramos, na capital, e depois conseguiu a liberdade porque estaria com a saúde debilitada. Após a condenação, porém, começou a cumprir pena em regime fechado e depois foi para casa, onde cumpre prisão domiciliar.

 

Fonte: G1 MT

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